segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Arte e Cultura no Espírito Santo

Teatro Carlos Gomes :: Centro de Vitória - ES :: foto Waldo Dalvi

Noto um bom momento do estado para o fomento cultural e artístico, me arrisco a dizer que este ano tenha sido um dos melhores para o Espírito Santo, tanto em número de iniciativas do estado e órgãos ligados à cultura quanto, principalmente, em qualidade dos espetáculos e eventos culturais que aconteceram por aqui, mesmo assim ainda temos muito que caminhar.

Tenho a seguinte opinião, mesmo o Espírito Santo sendo de certa forma “a bola da vez”, em vários aspectos, entendo que há de ser desenvolvido outras formas de abordagem junto ao público capixaba que, em relação aos principais centros culturais do Brasil (Rio e São Paulo) apresentam características tão específicas que por muitas vezes se confundem, erradamente, com a falta de hábito da população capixaba nesse sentido.

Claro que o hábito da apreciação artística e o fomento cultural dependem também do número de eventos, isso é certo, porém a forma de “chamamento” e divulgação desses eventos deve ser reavaliada e principalmente adequada ao perfil do público capixaba, aumentando assim a eficiência dessa divulgação, por exemplo, pesquisando melhor (de acordo com cada evento) a localização, as datas e horários previstos para cada tipo de espetáculo e exposições.

Não podemos nos esquecer da estrutura de suporte, ou seja, localização, linhas de ônibus, estacionamento, locais com áreas comuns de convivência, segurança, alimentação e por aí vai...

Outro fator que considero fundamental é o maior entrosamento entre a classe artística por aqui, que deixa muito a desejar infelizmente.

Ou seja, os artistas se conhecem somente pelos nomes e não fisicamente, praticamente não trocam idéias entre si e, por conta disso, não se organizam para o fomento cultural no sentido de empreenderem juntos em ações culturais como: exposições, sarais e outros eventos que seriam facilmente realizáveis simplesmente pela iniciativa própria como a idéia dos “ateliês de portas abertas” que acontecem pelo Brasil e pelo mundo afora!

O governo tem disposto de verbas cada vez maiores para o investimento no seguimento artístico e cultural, mas a falta de organização e iniciativa das classes artísticas por aqui não tem aproveitado nem uma pequena fração disso e, sem saber quais as verdadeiras necessidades para o fomento cultural, o governo quando decide investir em arte e cultura, acaba investindo (na maioria das vezes) de forma pouco eficaz, sem planejarem objetivos e desdobramentos para a continuidade dos projetos já iniciados! Mas é como afirmo, isso deve ser tarefa dos artistas, somos nós que devemos apontar os caminhos e lutarmos juntos para o desenvolvimento de novos modelos.

Vejo que o desenvolvimento pleno da arte e o fomento cultural, não somente por aqui, mas em qualquer parte do mundo, está diretamente ligada ao desenvolvimento do comércio (mercado cultural), da geração de emprego e renda nesse mercado, ao turismo, no entretenimento e no desenvolvimento da propagação de informação e da cidadania, em diversos níveis.

Então enquanto isso não acontecer continuaremos pecando pelos mesmos motivos e o pior, continuaremos culpando quem está mais ávido e receptivo nesse bom momento para receber todo esse mercado e fomento cultural, ou seja, o nosso público! E isso não é justo! (Risos!!!)

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